Votação

Boa tarde pessoal,

Está rolando uma votação no blog com sorteio. Para participar é necessário responder a enquete: Qual o tipo de culinária que você tem interesse em ler no blog?

Respostas: Cozinha Italiana, Cozinha Francesa, Cozinha Mediterrânea, Cozinha Asiática.

Depois, seguir o blog por email na aba Follow By Email e preencher o Formulário de Contato com seu Nome, Email e telefone no campo Mensagem.

Essas abas e votação encontram-se na lateral da página do blog.

Serão sorteadas 5 pessoas e a votação vai até o dia 19/05/2017.

A divulgação dos sorteados será no dia 20/05/2017.


Prêmio: 01 kit 4 em 1 da marca Keita, contendo:


  • Cortador de Legumes,
  • Boleador,
  • Fatiador,
  • Protetor para as mãos.


terça-feira, 29 de junho de 2010

Vinhos e Muito Mais Entendendo o Rótulo dos Vinhos

por Adriana Grasso, colunista ONNE




São Paulo, junho de 2010 - Decifrar o rótulo dos vinhos não é uma tarefa fácil, pois a quantidade e o tipo de informações fornecidas variam muito. Os menos complicados são os dos países do Novo Mundo.




Os dados geralmente apresentados são: tipo de uva, nome do produtor ou da vinícola, país e a região de origem, graduação alcoólica, volume total da garrafa e a safra - o ano que as uvas foram colhidas.

Mas, quando pegamos um vinho do Velho Mundo, a coisa muda completamente de figura. Os rótulos são incompreensíveis para muitos consumidores.

A grande diferença é que no Velho Mundo o nome dos vinhos é baseado na região produtora e não na uva utilizada.

O motivo para esta escolha é que dependendo o lugar onde as uvas são cultivadas, isto é, o tipo de solo, a exposição solar, a quantidade de chuva, a inclinação do terreno e muitas outras características, as uvas, mesmo sendo da mesma casta dão resultados completamente diferentes, e em conseqüência os vinhos também serão diferentes.

A idéia é que os vinhos refletem o local onde as uvas foram cultivadas, o que os franceses chamam de terroir e esta informação é suficiente para explicar tudo sobre o vinho.

O problema com este tipo de nomenclatura é a necessidade de conhecer as regiões vinícolas para entender os diferentes tipos de vinhos produzidos e para quem não mora no Velho Mundo, tudo fica mais complicado.




Quando falamos em Chablis, por exemplo, estamos fazendo referência a um vinho branco francês produzido com uvas Chardonnay na região que leva o mesmo nome do vinho e fica ao Sul de Paris.

Se o rótulo do vinho tiver a palavra Beaujolais, ele estará indicando um vinho feito com uvas Gamay, no distrito de Beaujolais, perto da cidade de Lion, na França.

Se pensarmos em Espanha, os vinhos tintos rotulados como Rioja são produzidos principalmente com uvas Tempranillo e Granache, na região de Rioja, situada no Norte do país.

Outro vinho tinto muito conhecido, o Chianti, é feito com uvas Sangiovese, Canaiolo e outras em menor percentual, na região delimitada com o nome de Chianti, na Toscana, Itália.

Resumindo, para identificar os vinhos que citei, a informação apresentada no rótulo será a palavra Chablis, Beaujolais, Rioja e Chianti, uma vez que se presume que os consumidores devem saber quais uvas são permitidas por lei para sua produção.

Outra particularidade dos países do Velho Mundo é que eles também podem colocar no rótulo algum tipo de classificação concedida pelo governo local. Os franceses têm vários níveis de classificações, as mais genéricas são AOC ou AC, Appellation d'Origine Contrôlée, VDQS, Vins Délimités de Qualité Supérieure e Vin de Pays. Os italianos classificam seus vinhos em DOCG ou DOC, Denominazione di Origine Controllata e Garantita, IGT, Indicazione Geografica Tipica e Vino da Tavola.

Vale à pena ressaltar que estas classificações genéricas são um certificado de autenticidade e não de qualidade. Isso significa que estes vinhos atendem as exigências mínimas de produção estabelecidas pelos governos locais, mas estas palavras não vão indicar se um vinho tem qualidade superior em relação a outro.

Se você achou tudo isso um pouco complicado, não se assuste. Entender o rótulo dos vinhos, principalmente os do Velho Mundo, não é simples. Para conhecer melhor todos estes dados é interessante estudar as regiões produtoras de cada país. Atualmente, graças à Internet, existe um grande número de informações disponíveis que facilitam bastante a tarefa de desvendar o vocabulário dos vinhos. Também é válido recorrer às explicações de sommeliers e vendedores especializados na bebida.

O importante é não se intimidar com os rótulos e algumas vezes até arriscar, pois, escolhendo sempre nomes conhecidos perdemos a oportunidade de descobrir vinhos novos e talvez melhores.

Um grande abraço,

Adriana Grasso

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Vinhos Recomendados

Esta semana, vou listar vinhos produzidos com uvas Cabernet Sauvignon indicados por alguns amigos para meu programa "VINHOS" na allTV:

Eduardo Viotti: Robert Mondavi Reserve Cabernet Sauvignon – Estados Unidos

Eugenio Echeverria: Perez Cruz Cabernet Sauvignon Reserva – Chile

Fabiano Aurélio: Santa Rita "Medalla Real" Cabernet Sauvignon - Chile

Felipe Kaufmann: Manso de Velasco Viejas Vinas Cabernet Sauvignon do Miguel Torres - Chile

Gabriela Monteleone: Tenuta Ribaldaccio "Le Bronche" Cabernet Sauvignon - Itália

Humberto Carcamo: Ridge Monte Bello Cabernet Sauvignon, Joseph Phelps Vineyards Insignia Cabernet Sauvignon, Caymus Cabernet Sauvignon e Stags Leap Cabernet Sauvignon – todos dos Estados Unidos

Rafael Costacurta: Quinta da Bacalhôa - Portugal


Adriana Grasso

De origem italiana, a colunista é enófila, ex-restauranteuse em São Paulo (Enoteca Acqua Santa) e integrante da Accademia Italiana della Cucina, que tem delegados bem seletos espalhados pelo mundo com a função de manter e preservar sabores, receitas e histórias da Culinária Italiana. Não é primeira vez que Adriana dá dicas sobre o assunto. A especialista é também apresentadora do programa Vinhos, na allTV. A cada semana, a colunista, considerada uma das maiores especialistas em Vinhos Italianos do Brasil, irá trazer novidades e sugestões para ajudar os leitores que queiram entender um pouco mais sobre o tema. Não perca a coluna Vinhos e Muito Mais, no Canal Gourmet.
SERVIÇO

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SERVIÇOS

Agenda do Mundo do Vinho no Brasil – junho de 2010

• Evento Vinos Iconos Chilenos
Data: 03 e 04/06/10
Local: Hotel Ritz Carlton em Santiago, no Chile

• Curso de Degustação de Vinhos
Data: 03 a 13/06/10
Local: ExpoBento 2010 - Parque de Eventos de Bento Gonçalves em Bento Gonçalves – RS

• Encontro e Degustação – Confraria do Vinho - Palmas Tocantins
Data: 07/06/10
Local: Bistro Adelaide Palmas – Palmas - TO

• V Encontro Paraty de Cultura & Gastronomia
Data: 10 a 13/06/2010
Local: Praça da Matriz - Paraty – RJ

• Degustação – Os Grandes Bourdeaux
Data: 16/06/2010
Local: ABS-SP - Rua Gomes de Carvalho 1327/1329-2º andar cj.21 em São Paulo – SP

• Curso de Harmonização Enogastronômica - ABS Campinas
Data de Início: 22/06/2010
Local: The Royal Palm Plaza Hotéis em Campinas – SP

Mar verde A província espanhola de Jaén proporciona um saboroso mergulho no mundo dos azeites




Oliveiras a perder de vista na província de Jaén

A província de Jaén, ao sul da Espanha, respira azeite de oliva. Sua paisagem é marcada por olivais a perder de vista. O aroma deste nobre líquido teima em invadir as ruas das pequenas cidades da região, que é a maior produtora mundial, com 1,083 milhão de toneladas de azeite na última colheita (2009/2010). E os restaurantes locais usam e abusam deste ouro líquido em suas receitas, seja em criações tradicionais, seja nas de vanguarda - muitas delas foram preparadas para a quarta edição da mostra gastronômica dedicada aos sabores de Jaén, que reuniu os restaurantes da província nos meses de fevereiro e março.

Neste vasto mar verde, a azeitona picual representa 95% dos 60 milhões de oliveiras espalhadas numa imensa área de 600 mil hectares. O fruto resulta em um óleo marcado pelas notas frutadas no nariz, leve amargor e picância final. A região ainda hospeda outras variedades, como royal, hojiblanca, manzanillo de Jaén e verdala, que entram nas cinco denominações de origem da província: Sierra de Cazorla, Sierra de Segura, Sierra Mágina, Campiñas de Jaén e Jaén Sierra Sur. O clima, de verões cálidos e invernos intensos típicos da Andaluzia, é propício para o fruto ter sua maturação ideal e reinar em azeites intensos e aromáticos.

A viagem oleica por Jaén começa no Museu da Cultura do Azeite, dentro do complexo La Laguna, que abriga uma escola de hotelaria e turismo, próximo à bela cidade de Baeza. Em seus quatro mil metros quadrados encontra-se um jardim com dezenas de variedades de azeitonas, não só da região, mas de diferentes partes do mundo. Lá está a "catedral do azeite", uma construção do século 19 que reúne os objetos utilizados para a elaboração deste óleo no passado. São prensas antigas, baldes, pás de madeira para a colheita da azeitona e até tinas de barro, que eram semienterradas para manter a temperatura ideal no armazenamento. Na saída, uma pequena loja com livros, velas e cosméticos feitos com azeite e, claro, inúmeras marcas do óleo extravirgem.




O trabalhador se encarrega da colheita. Acima, as estreitas ruas de Baeza. Abaixo, à esq., as antigas peças do Museu da Cultura do Azeite. Abaixo, a variedade de azeitona picual

Em Baeza, cidade patrimônio da humanidade pela Unesco e símbolo do renascimento espanhol, diversos restaurantes revelam a paixão da província pelo azeite. Um exemplo é o Vandelvira, que fica no convento de São Francisco, uma construção do século 16. Com móveis de madeira antigos, a decoração incita uma gastronomia tradicional, mas o que se vê na cozinha são equipamentos modernos, como o thermomix, máquina que processa e cozinha o alimento ao mesmo tempo. De lá saem pratos como o creme de batata com ovo poché e caldo de carne com dados de fígado. Aqui, a receita substitui a manteiga do creme pelo azeite extravirgem de picual. Outro exemplo é o bacalhau confitado em baixa temperatura com azeite desumidificado. "Deixamos o azeite atingir 180 graus para diminuir a umidade e deixá-lo com sabores mais amenos para não interferir no bacalhau", explica o proprietário Luis Carlos García. Gotas do azeite também entram em sobremesas, como a sopa de chocolate com sorvete de pão e curry.

Depois de uma rica refeição, recomenda-se um passeio pelas ruas de pedra, até a praça de Santa Maria e sua fonte do ano de 1564 e a rica catedral, que mescla inscrições judaicas, árabes e católicas. Depois, o merecido descanso pode acontecer no charmoso hotel Puerta de la Luna, casa do século 16 de herança mudéjar (de influência hispano-muçulmana), no centro histórico de Baeza. Seus quartos decorados em tons pastel ficam ao redor do pátio central, com muitas laranjeiras, uma marca da presença muçulmana. O hotel se destaca no cenário gastronômico com o restaurante La Pintada, com parte do menu dedicado aos pratos com azeite. Aqui, os destaques são a sopa de azeite com a variedade de azeitona royal guarnecida com uma posta de bacalhau e um sorvete de azeite.




No topo, a Sacra Capilla de el Salvador e o palácio de Dean Ortega, em Úbeda. Ao lado, placa do Museu da Cultura do Azeite. Acima, a florada nos olivais

A rota olivar continua na cidade de Úbeda, a poucos quilômetros de Baeza. Também eleita patrimônio da humanidade pela Unesco, tem arquitetura similar à vizinha, com monumentos renascentistas historicamente importantes, como a Capela Funerária do Salvador do Mundo e a igreja de Santa María dos Alcázares Reais. Na gastronomia, a parada obrigatória é o Zeitúm, autodenominado "restaurante temático sobre o azeite de oliva com cozinha de autor". Nesta casa com traços judaicos que datam do século 14, o chef Anselmo Juarez explora o óleo em técnicas de esferificação, gelatinas e espumas. "É uma forma de valorizar o produto local colocando-o em outras perspectivas", conta. Mas isso não impede que o azeite apareça em formas tradicionais de uso, como na salada de perdiz em escabeche com vinagrete de frutas secas.

Se a intenção é aprofundar o conhecimento sobre este ouro líquido na cozinha, torna-se obrigatória a participação no Encontro Internacional de Cozinha do Azeite de Oliva Extravirgem, que costuma acontecer em fevereiro, na Escola de Hotelaria e Turismo La Laguna. Aulas demonstrativas e palestras de especialistas e chefs de cozinha são complementadas com almoços temáticos preparados pelos alunos da escola. Neste ano, o encontro trouxe o chef Pepe Rodriguez, do restaurante El Bohio, em Toledo, com uma estrela no guia Michelin. "A tendência atual é suavizar tudo e o azeite tem um papel indispensável nesta tarefa", comenta. E japoneses, como o chef consultor Tetsuo Ogata, que mostrou o rico óleo na já saudável cozinha nipônica. "Depois da onda da dieta mediterrânea, muitos japoneses começaram a usá-lo. Hoje o azeite entra no preparo de pratos tradicionais, como conservas e frituras", explica. É mais um resultado do sucesso do azeite, que tem berço e qualidade nas vastas terras de Jaén.




bacalhau confitado com azeite de oliva
extravirgem desumidificado

por Luis Carlos García, do Vandelvira

azeite de oliva quanto baste para cobrir o bacalhau; 1 tira de casca de laranja; 200 g de bacalhau; 3 dentes de alho; 1 folha de louro; 1 pitada de pimenta caiena; pimenta branca a gosto

crocante de algas
25 g de algas (espaguete-do-mar e alface-do-mar); azeite de oliva quanto baste para frita

bacalhau confitado
Desumidifique o azeite de oliva, aquecendo-o a 180ºC junto com a casca de laranja. Assim que começar a soltar fumaça, desligue. Deixe o azeite esfriar e retire a casca de laranja. Coloque o bacalhau em uma panela junto com o azeite desumidificado, o louro, os alhos cortados ao meio e as pimentas. Leve ao fogo baixo e mantenha aquecido por 15 minutos à temperatura de 70ºC, sem ultrapassar essa temperatura. Após esse período, quando o azeite do bacalhau esfriar um pouco (entre 50ºC e 60ºC), retire o alho e o louro e coloque o peixe em uma panela junto com a gelatina que se soltou do bacalhau, misturando bem com movimentos circulares.

crocante de algas
Lave bem as algas, seque-as e reserve. Coloque o azeite em uma frigideira e aqueça-o em fogo alto. Quando estiver bem quente, frite as algas até que fiquem crocantes. Escorra-as e transfira-as para uma travessa forrada com papel absorvente, para remover o excesso de óleo.

para servir
Coloque o bacalhau no centro do prato junto com um pouco do azeite. Decore com os alhos confitados e finalize com as algas crocantes.
dica do chef se não encontrar as algas espaguete-do-mar e alface-do-mar, pode substituí-las por alga nori.

rendimento 1 porção preparo 1 hora execução difícil



salada de perdiz em escabeche com vinagrete
de frutas secas

por Anselmo Juarez, do Zeitúm

perdiz em escabeche quanto baste; 300 g de tomate-cereja; 150 g de cebolinha verde; 30 g de ciboulette; 400 g de folhas variadas (escarola, chicória, alface roxa)

perdiz em escabeche
4 perdizes de granja; 100 ml de azeite de oliva; 300 ml de vinagre; 1 ramo de tomilho; 10 pimentas em grão; 1 cebola grande; 200 g de cenoura; 1 cabeça de alho partida ao meio; 200 ml de vinho branco; água quanto baste; sal a gosto

vinagrete
5 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem; 3 colheres (sopa) de vinagre de Módena; 50 g de pistache; 50 g de nozes; 2 colheres (sopa) do caldo do escabeche; sal a gosto



escabeche
Amarre as perdizes com barbante, para que mantenham seu formato. Tempere-as com sal a gosto e doure-as no azeite. Acrescente os legumes e as ervas picadas e deixe que as aves caramelizem por mais alguns minutos. Adicione o vinho e o vinagre e deixe reduzir por 10 minutos, sempre em fogo alto. Junte água suficiente para cobrir as perdizes. Tampe a panela e deixe as perdizes cozinharem por 30 minutos em fogo baixo. Quando estiverem macias, retire-as do fogo junto com os legumes e reserve-os separadamente. Mantenha o líquido na panela e reduza-o, em fogo baixo, até chegar à metade de seu volume. Deixe esfriar e reserve. Desosse a perdiz e devolva as carnes da ave para o molho reduzido. Misture bem e conserve em geladeira por 48 horas antes de usar.

vinagrete
Coloque o vinagre em uma tigela, junte o caldo do escabeche e tempere com sal a gosto. Adicione o azeite em fio, batendo com um fouet para que fique bem emulsionado. Junte o pistache e as nozes picados grosseiramente e reserve.

salada de perdiz
Retire a perdiz em escabeche da geladeira e coloque-a em uma tigela. Tempere a salada com o vinagrete e misture-a com a carne da perdiz.

para servir
Distribua a salada nos pratos e sirva imediatamente.
dica do chef os legumes que sobraram do escabeche podem ser servidos como acompanhamento ou triturados e colocados no molho de escabeche.

rendimento 4 porções preparo 1h30 (+ 48 horas de pré-preparo) execução moderada




sopa de azeite Royal com infusão de cogumelos e bacalhau
com toque de liliáceas

por Xavi Xufré, do La Pintada

500 ml de azeite de oliva extra virgem Royal; 500 ml de consommé de ave e vitelo com cogumelos; 2 g de goma xantana; sal a gosto

consommé de ave e vitelo com cogumelos
2 kg de costela de vitelo; 1/2 galinha; 25 g de cogumelos boletus edulis desidratados; 2 alhos-porós picados; 4 cenouras picadas; 1 ramo de salsão picado; 2 folhas de louro; água quanto baste

liliáceas
1 alho-poró; 1 cabeça de alho; lâminas de aspargos verdes crus a gosto; azeite de oliva quanto baste; vinho branco a gosto; sal a gosto; brotos de cebola para decorar

bacalhau
6 postas de bacalhau demolhado (80 g cada uma); 500 ml de azeite de oliva extravirgem

consommé
Escalde a costela de vitelo e a galinha em água fervente, rapidamente, e resfrie as carnes em seguida. Transfira-as para uma panela grande e cubra a costela e a galinha com água fria. Leve ao fogo muito baixo e deixe cozinhar, sem ferver em momento algum, por 12 horas. Quando completar metade da cocção, acrescente o alho-poró, a cenoura, o salsão, louro e os cogumelos desidratados. Após o tempo total de cozimento, coe o caldo em uma peneira fina, descartando os sólidos e reservando o líquido, que deve estar translúcido. Guarde em geladeira até a hora de usar.

Por aí
Mar verde
A província espanhola de Jaén proporciona um saboroso mergulho no mundo dos azeites

por Beatriz Marques, de Jaén, Espanha

sopa de azeite
Misture o azeite, o consommé e a goma xantana e processe no turmix por 1 minuto. Retire, corrija o sal e reserve.

bacalhau
Coloque as postas de bacalhau demolhadas e o azeite dentro de uma bolsa para cozimento a vácuo. Leve para cozinhar em banho-maria por 10 minutos, a uma temperatura de 60ºC. Retire e reserve.

liliáceas
Pique o alho-poró e tempere-o com azeite, vinho branco e sal a gosto. Reserve. Fatie os alhos em lâminas e frite-os no azeite de oliva, em fogo baixo. Escorra-os em seguida em papel absorvente e deixe secar a 55ºC durante 24 horas. Misture o alho-poró com as lâminas de aspargos crus e os alhos fritos. Reserve.

para servir
Disponha o bacalhau no centro do prato e despeje a sopa de azeite ao redor dele. Cubra com as liliáceas, decore com brotos de cebola e sirva em seguida.
dica do chef se não encontrar azeite de oliva Royal, substitua pelo azeite de sua preferência. Mas é importante lembrar que o sabor e o resultado final ficam diferentes quando feitos com outro tipo de azeite.

rendimento 6 porções preparo 2h30 (+ 24 horas de pré-preparo)
execução difícil

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Comer mal é um vício ou temos escolha?



Um novo estudo sugere que a gordura cria dependência como cocaína e heroína. O guru da alimentação saudável dá 20 lições para evitar ser refém do lixo alimentar

Quando alguém menciona drogas viciantes, o que vem à mente são substâncias ilegais como cocaína, crack ou heroína. Pelo que se sabe, não há níveis seguros para o consumo dessas drogas. A orientação é ficar longe delas. Desde a semana passada, a ciência médica acrescentou à lista de produtos capazes de provocar dependência algo assustadoramente próximo de nós: a comida gordurosa. Um estudo com ratos publicado na revista Nature Neuroscience sugere que o consumo de alimentos ricos em gordura leva ao desenvolvimento de um tipo de dependência parecida com a que afeta os viciados em cocaína ou heroína. O cérebro dos ratos superalimentados, assim como nos dependentes químicos, apresenta uma queda acentuada nos níveis de substâncias responsáveis pelas sensações de prazer, conhecidas como receptores de dopamina. Com menos receptores, o organismo precisa de quantidades de gordura cada vez maiores para que o cérebro registre satisfação. É o mesmo mecanismo cerebral do vício humano em drogas. A pesquisa, feita apenas em ratos, confirmou em laboratório pela primeira vez aquilo de que muitos especialistas já suspeitavam: certos tipos de comida viciam.

“Espero que este estudo mude a maneira como muitos pensam sobre comida”, diz Paul Johnson, coautor do estudo realizado no Scripp Research Institute, da Flórida. “Ele demonstra como a oferta de comida pode produzir superalimentação e obesidade.”

Ao vincular dependência química à alimentação, a pesquisa divulgada na semana passada lança uma série de novas questões – e reanima velhos fantasmas – no debate sobre comida. Levada às últimas consequências, ela pode até mesmo sugerir que os consumidores são manipulados pela indústria do fast-food do mesmo modo como jovens são aliciados por traficantes na porta das escolas. Trata-se do tipo de estudo que traz alento àqueles que acreditam que somos reféns de uma indústria alimentar inescrupulosa, incapaz de manifestar uma preocupação genuína com a saúde – e afirmam que o cidadão precisa de regras quase policiais para controlar a comida, assim como precisa da polícia antidrogas.

A diretora do Nida (o instituto do governo americano contra o abuso de drogas), Nora Volkow, chegou a afirmar que o novo estudo ajudará a aplicar o conhecimento adquirido no combate à dependência química ao tratamento da obesidade. Depois de proibir o fumo e limitar o consumo e a propaganda de álcool, a brigada dos militantes pelo controle alimentar passa, portanto, a dispor de mais argumentos para defender restrições à batata frita ou ao churrasco. “É improvável que proíbam a picanha como fizeram com a cocaína”, diz o neurocientista Jorge Moll, coordenador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, do Rio de Janeiro. “Mas o experimento com ratos sugere que deixar de comer compulsivamente não depende só de força de vontade.”

Afinal, o que há de fantasia e de realidade nessa visão? Estaríamos indefesos diante da gordura como diante do tabaco – e seu consumo deveria ser restrito? Até que ponto a indústria alimentar tem tanto poder de controlar o que come o consumidor? Não é possível a cada um de nós, de acordo com nosso livre-arbítrio, escolher uma alimentação saudável e viver comendo bem?

Para responder a essas questões, é preciso analisar de perto as evidências científicas. Os próprios experimentos com ratos sobre o vício oferecem evidências ambivalentes. Em seu estudo, Johnson e seu colega, Paul Kenny, dividiram os animais em três grupos. O primeiro grupo foi alimentado com ração comum. O segundo teve acesso restrito a comida gordurosa, comparável à que encontramos numa lanchonete. O terceiro teve acesso quase ilimitado. Os ratos do último grupo se esbaldaram numa comilança compulsiva. Ao final de 40 dias, estavam mais gordos e, além do maior peso, foi observada alteração nos centros cerebrais de prazer similar à de ratos drogados com substâncias como cocaína e heroína.

Os militantes passam a ter mais argumentos para defender restrições à batata frita e ao churrasco




Mas outra experiência realizada em 1981, também com ratos e tóxicos, lança outra luz sobre o tema. Ela foi conduzida pelo psicólogo canadense Bruce Alexander, da Universidade Simon Fraser. Alexander construiu um verdadeiro parque de ratos, com 8,8 metros quadrados. O lugar era aquecido, com brinquedos coloridos e bastante espaço. Os ratos do parque e outro grupo de ratos – estes engaiolados – receberam água com morfina por 57 dias, até ficar viciados. Depois, passaram a ter água pura como opção. O grupo enjaulado continuou consumindo água com morfina. Os ratos do parque reduziram gradualmente o consumo da droga. Apesar dos sintomas de abstinência, quando recebiam água com morfina, preferiam beber água pura. Alexander usou a experiência para demonstrar que, num ambiente saudável, os ratos – e por analogia talvez as pessoas – conseguem se livrar mais facilmente de um vício. Basta ter condições de fazer a escolha certa.

Convivemos com substâncias potencialmente perigosas o tempo inteiro – álcool, tabaco, remédios e uma infinidade de substâncias ilegais –, sem que nos tornemos necessariamente reféns delas. Com a comida não é diferente: tudo depende das escolhas individuais e das circunstâncias. Há diferentes predisposições ao vício, diz o psiquiatra Marcelo Niel, da Universidade Federal de São Paulo. Alguns podem usar drogas recreativamente sem se viciar, outros ficam totalmente dependentes. Essa diferença depende de componentes genéticos e ambientais, ainda não completamente esclarecidos. O comportamento compulsivo seria uma válvula de escape para ativar centros de prazer. “Em alguns pacientes que comem compulsivamente, se tiramos a comida, eles podem desenvolver sintomas psiquiátricos mais pronunciados”, diz Niel.

Há, portanto, uma dose de oportunismo nas comparações entre gordura e drogas e na defesa de restrições draconianas à indústria alimentar. O ativista americano Michael Pollan ficou conhecido com o livro O dilema do onívoro como um dos maiores críticos da forma como é feita a comida que chega a nossa mesa. Pollan e o italiano Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food (o oposto do fast-food), afirmam que a indústria não para de nos empurrar porcarias goela abaixo. Mas mesmo Pollan acredita que, para combater a obesidade e a má alimentação, o melhor caminho é respeitar o livre-arbítrio. Em seu novo livro, Food rules (Regras da alimentação), lançado nos Estados Unidos no final de 2009, ele sugere que retomemos o controle de nossa vida alimentar por meio da cozinha tradicional, que nos foi legada por nossos pais e avós.

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Culinária de todo o país pode ser encontrada na área de gastronomia do 5º Salão do Turismo
30/05/2010

Marcelo Min Toneladas de alimentos foram consumidos pelos visitantes durante os cinco dias de Salão do Turismo Toneladas de alimentos foram consumidos pelos visitantes durante os cinco dias de Salão do Turismo

São Paulo (29/05) – O Espaço Brasil Sabor, parceria entre o Ministério do Turismo e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), deste ano foi sucesso absoluto no 5º Salão do Turismo. Toneladas de alimentos foram consumidos pelos visitantes durante os cinco dias de Salão do Turismo. Ao todo, o espaço conta com cem profissionais entre cozinheiros, auxiliares e atendentes trabalhando 24 horas por dia, todos com treinamento específico em segurança alimentar, atendimento e preparo de receitas.

Em quantidade foram produzidas mais de 1,7 mil toneladas de peixe, 1,5 mil toneladas de carne, utilizados cerca de 200 kg de sal. Somados, feijão e arroz juntos são mais de 1,8 mil toneladas. Todos os alimentos que sobrarem ao fim do evento serão doados. “Neste ano sinto que as pessoas entenderam a proposta do espaço, vieram realmente com o intuito de conhecer um pouco mais da gastronomia de diferentes regiões brasileiras”, afirma a chef mineira Raquel Solmucci, responsável pelo cardápio da região Sudeste.

O Nordeste do Brasil está representado pelo paulista naturalizado pernambucano Valter Jarocki, que destaca como ponto forte da sua ilha de atendimento o prato escondidinho e o famoso o Sertão vai virar Mar, feito de camarões coberto por purê. À frente do Centro-Oeste e do Sul está Leôncio Rodrigues Pereira que a cada ano que passa gosta mais de participar da manifestação gastronômica do país.

A região Norte, coordenada pelo renomado chef Fábio Sicilia, apresentou como campeões de audiência os peixes Tambaqui, Tucupi e Jambu. “Na hora de comer, o agrião do Pará deixa na boca uma sensação diferente, os lábios parecem dormentes e isso causa curiosidade de diversão entre as pessoas que provam”, comenta Fábio.

A belenense Patrícia Gonçalvez, psicóloga de 26 anos, participa pela primeira vez dessa experiência gastronômica afirma: “A maniçoba é meu prato favorito e está realmente tão deliciosa quanto a que como em Belém”.